10.2.12

SENHORA DONA TRAVESSA


Quando vejo teu corpo
Quente fumegante e perfumado
Vindo ao meu encontro
Sinto quanto prazer carnal
Me vais dar!
Sou levado pelo desejo
Para saborear parte da tua coxa
Lisa e acetinada
Depois de tirar teu collant
Trincar no teu peito ereto
Quente, formoso e belo
Não tirar meus olhos
Da parra que te cobre
Sou levado pelo desejo!
Enquanto isso
Bebo um pouco
Descansando meu corpo
Desejoso
Quiçá mole
Um pouco enfraquecido
Pergunto a mim mesmo
Em silêncio
Porque te prostituis
Porque me obrigas por vezes
Possuir-te demasiado
Desejoso!
Por vezes escondeste
or vezes atiram-te
Por vezes dão pelo teu corpo
Fortunas
Umas frias
Outras fumegantes
Sem nada receberes!
Por vezes e por respeito
Dão-te em troca
Alguns trocos ossais
Pequenos dejetos de pão!
Eu
Por desejo
Sou escravo de ti
Todos os dias te possuindo
E perseguindo
Hoje
Desejoso de teu corpo
Quente
Fumegante e perfumado
Amanhã
Um dia
Quando te deixar
Quando não mais fores
Minha deusa de prazeres
Direi a todos os famintos
Quanto prazer carnal
Me deste!

(publicado in " A CAMINHO DAS DESCOBERTAS " em 1992)