(estudo para àrvore genealógica de angelo vaz | tinta da china + mais gouache sobre papel | colecção do autor)
meu espirito fugido
meu corpo abandonado
esperam pelas raízes.
as folhas estão secas
os frutos amagos
as raízes partidas.
um dia e neste talvez
regue com meu sangue
terra minha abandonada
querida por uns
não amada por outros.
quantos laços
por mim chamaram
não conhecendo minha imagem?
a seca é dura
na terra minha abandonada!
meu berço foi vizinho do ouro
minha vida é ferro amarrado
a estrada é fria e distante
mas o tempo a aconchegará.
vida
a dor perdura
na minha terra distante
nesta vida de amargura.
não quero maisdor
vou combater na terra distante
quero ser vivo e grande
não separado pelo abandono
não querendo ser inimigo
da vida!
espiríto, viola meu corpo
leva meus braços saudosos
da vida!
a seca é dura
na minha terra distante!
(publicado in A CAMINHO DA DESCOBERTAS em 1992)